I
Sobre
O papel
Lançar o eco
De velhas ternuras
E sombras ao redor
Lírica de abismo
Talhada no granito
Viver entre paisagens
Distingui-las, olhar
O fio de âmbar que desce
Pelo lado da montanha
E tem a cor dos olhos
Da primeira namorada
E tem o tom da pele de
Outra, meio esquecida
Gota da fonte perdida
No rochedo da memória
II
Susto de estar, alvo fixo
Preso na armadilha
Longe de qualquer
Abrigo confortável
Consolo: de
Manhã, acordar
Sem sangue nas mãos
Sentindo-se viável
(Viável quer dizer
Capturado)
A muitas milhas
De onde sequer
Imaginou
Manoel Olavo
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