29 de outubro de 2015

INVENTO PRA VOCÊ



Invento pra você uma ternura
                                  [escondida
Feita de poesia e cacos

Deixo a ternura derramada
Pra quem desfruta mel e pranto

Pra você, amada, dou-lhe
Água, grão e sonho

Dou-lhe riso e limo
E vermes arejando a terra

Mas com você, amada
Porque seus olhos são fêmeos

A ternura se recolhe
Às minhas conjugações do medo

E, assim inocentes
Nós dois caminhamos

Entre mortos, vivos
E desaparecidos

No cara a cara
De um duplo abismo

Juntando fragmentos
E as nossas vidas


Manoel Olavo

VENTO ELÍSIO

Lento e minucioso meu sopro caminha Por seu corpo nu pele branca à mostra. Eu, Elísio, vento soprando na fresta Inspeciono cada ponto oculto...