11 de setembro de 2015

MANHÃ DILACERADA


Aprende-se bastante vendo uma manhã dilacerada
Cortada em partes desiguais, a teus pés caída
Contei centenas de pedaços diminutos

Triste, doloroso espetáculo

Melhor ficar para sempre
Perdida entre os reinóis
Esta lembrança

Manoel Olavo

10 de setembro de 2015

NO MORE BLUES




Exausto, eu volto ao banal
Ao encargo das palavras
Ao manancial de coisas mal
                        [resolvidas
No mar azul em que me afundo

É preciso viver a vida
(isto é, o pouco que me resta)
Desfrutá-la como
Gente equilibrada

Este sofrimento banal
Este incêndio de gestos
                    [e passos

Não se iluda: esvaziar-se
É pior do que perverter-se

Quem dera
Eu te amasse com ardor
Guiasse a tua alma
Sem nenhum mistério

Quem dera afundássemos
Os dois juntos, embaralhados,
Num mar turquesa,
Não mais azul
No
        more
                 blues


Manoel Olavo

VENTO ELÍSIO

Lento e minucioso meu sopro caminha Por seu corpo nu pele branca à mostra. Eu, Elísio, vento soprando na fresta Inspeciono cada ponto oculto...