Invento pra você uma ternura
[escondida
Feita de poesia e cacos
Deixo a ternura derramada
Pra quem desfruta mel e pranto
Pra você, amada, dou-lhe
Água, grão e sonho
Dou-lhe riso e limo
E vermes arejando a terra
Mas com você, amada
Porque seus olhos são fêmeos
A ternura se recolhe
Às minhas conjugações do medo
E, assim inocentes
Nós dois caminhamos
Entre mortos, vivos
E desaparecidos
No cara a cara
De um duplo abismo
Juntando fragmentos
E as nossas vidas
Manoel Olavo
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