O sol cobriu os
edifícios
Do céu caíram cor
e cinza
O trânsito afinal andou
Tomaram o rumo de
casa
Após anos de peregrinação
Sem pressa, por léguas a fio
Conforme manda a civilização
Conforme manda a civilização
Eles cruzaram pórticos
de vidro
Vestígio de grilhões, caos e cidade
Fria utopia de corpos
de acrílico
Em trilhas desiguais proliferadas
Alguns lembraram, tarde demais
Do refúgio oculto onde havia
O estrangeiro à cata da
palavra
Refém de sua partitura
O estrangeiro ouvia
vozes
Óculos de sol, íris invicta
Som que não podia escutar
Preso no
engarrafamento
Matéria ativa que o domina
Apesar da mortal ventania
Manoel Olavo
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