8 de abril de 2011

MÚSICA

 
Não sei se o que sinto agora
É só uma lembrança
Ou se me domina
A mesma angústia
De outro tempo
Se me dói
Recordar um tempo ido
Um homem despedaçado
Milhões de sonhos
Que com ele naufragaram

Então foi essa música
Esse aperto no meu peito
Um ramo
De passado incerto

Ao ouvi-la
Penso no que fui
No que sou agora
No que se quebrou
Durante o intervalo

Quase tudo acabou
A música contudo permanece
No lugar em que você
Resiste estarrecido
Segue pistas
Desenha rotas
Na maré vazante
Encerra o tempo
Numa sétima maior
E disfarça
Para não chorar

Manoel Olavo

Um comentário:

  1. a vibração quase triste desta canção-poesia a ecoar nos recônditos de mim!

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