8 de abril de 2011

CLARA

Onde estavas, meu amor, que tanto tardaste
E estive a sofrer sem saber se tu virias
Num ermo chão onde meu coração cismava
Desfeito em dor, sem amor-luz, sem ti, sozinho?

Onde estavas, meu amor, que mares não vinham?
Eu te compunha em mim; queria ver-te um dia
Ao abrigo do sol, ao alcance das mãos
A sós. Vieste, e tudo o que sonhei chegava.

Não... Não se trata de compor canções banais
Poemas sem ar, óbices ao sol, odes frias.
Trata-se de nós: nosso amor composto e uno
Brisa sem lei, seiva de flor, orgia pássara.

Trata-se de saber que existe o mar, que clara
É a brisa e breve brilhará no firmamento
Um belo par de sóis num pas-de-deux de amor.
Denso é o mar, doce é o vento, Clara está em tudo.

Manoel Olavo

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