14 de dezembro de 2010
METAMORFOSE
A brisa vem, nos envolve e é bem-vinda
Eu nem fingi saber de onde tu vinhas
De que perdido jardim tinhas chegado
O vento te conduz e eu vi que eram muitas
As sementes de mulher, os dons da graça
Os olhos todos germinando enquanto te abres
Um prisma te desfaz por entre os elementos
E, de mulher que eras, viraste brisa, sumo, água, lira
Flor de Adônis, fonte germinal e tudo foste um dia
Tudo, mulher, já foste um dia, assim oculta
Tão colossal que ainda me conforta e ama
Pois como vou viver sem essa brisa úmida?
Sem a tua metamorfose?
Manoel Olavo
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