Quando criança, eu fechava os olhos e os apertava
Deitado no chão, a face voltada para o sol
E via explosões de cor, formas inesperadas
Palhetas de lilás, azul, vermelho, verde e cinza
Ondas de laranja e breu se espalhando, bolas
De lava e cal, cumulus, nimbus, muscas volantis.
Nada era igual a nada. Tudo se transformava
Mediante a força que meus dedos exerciam.
Quem me visse ali deitado, apertando os olhos
Jamais iria supor que eu fosse, ao invés de gente
Um arquiteto, um imperador de sóis
Um Deus num berçário de estrelas recém-nascidas.
Manoel Olavo
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