2 de setembro de 2011

INVENTO PRA VOCÊ



Invento pra você uma ternura
                           [escondida
Feita de poesia e fragmentos

Deixo a ternura derramada
Pra quem desfruta mel e pranto

Pra você, amada, dou-lhe
Água, grão e sonho

Dou-lhe riso e limo
E vermes arejando a terra

Mas com você, amada
Porque seus olhos são fêmeos

A ternura se recolhe
Às conjugações do medo

E, assim inocentes
Nós dois caminhamos

Entre mortos, vivos
E desaparecidos

No cara a cara
De um duplo abismo

Juntando os cacos
E as nossas vidas

Manoel Olavo

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