Bastou ela chegar
Para ser minha
Suave murmurar
De rios e águas
Sua maciez
Líquida e morna
Vai tragar
A minha alma
Enlevá-la
Arrebatá-la
Na noite desmedida
Entre sombras
Me desfaço
Minha alma irá
Fluir no leito nu
Descer encostas
Encher vales
Fazer brotar um continente
Onde nada havia
Avistá-la
Ó fonte minha
Será também perdê-la
Jorro de
Pérolas aos mortais
Migalhas dum banquete
Sagrado
Manhã cálice portal
Caixa de Pandora
Eu feito água
Ela feito musa
A roer os ossos
Dissolver a carne
E chorar a lenta lágrima
Manoel Olavo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.