Por ora fica adiada a primavera
Fica suspenso o espetáculo
Não colherá jamais
Indestrutível rosa
Não suportará tanta
Balbúrdia e lágrimas
Que espera você das coisas
Se elas desmancham ao toque das mãos?
Se elas pendem indiferentes
E se quebram como vidro?
É preciso agir de outro jeito
Pensar numa nova ordem
A natureza tece tramas desiguais
E seus olhos vêem cores primárias
A mão do mal pousa do seu lado
Mas você nem ao menos percebe
Como um ser tão imperfeitamente formado
Deseja flutuar por nuvens à deriva?
Ah vida, que aqui desemboca
A sua dor entre coortes
Ah paz, caminho que deságua
A sua febre sem remorso
Seu mapa de ruínas
Seu juízo torto de atos cometidos
Ah você, que só vê
Poeira e esfinges
Qualquer instante de luz
Será inútil e indecifrável
Lúcifer disfarça
Ser o preferido de Deus
Manoel Olavo
9 de maio de 2010
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