Passo o domingo entre a montanha e o porto.
Os filhos vieram, a mesa foi posta,
A tarde nos rodeia num abraço.
(não há paixão, acabou a margarina, mas nada é perfeito).
Cozi memórias, reencontrei pedaços,
Peças preciosas que faltavam,
E posso estar a sós comigo.
Então, uma tranquilidade realista, inabitual,
Quase íntima, vem pra junto de mim
E eu vou com ela.
Ah, as emoções simples da vida...
Há um lado melancólico em mim,
Que fere, resiste a essa mudança...
Quem é que se senta nesta sala,
Aparentando calma, senão eu,
A minha elidida conseqüência?
Que fiz eu da minha vida? Hoje não importa:
Importa estar a sós, e poder estar aqui, comigo,
Nesse domingo entre a montanha e o porto.
Manoel Olavo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.