
Cedo ou tarde eu procuro o teu abraço
O teu alívio, afago, encantamento...
Tudo o que és me prende e me desfaço
Num toque de mão, em poesia e vento.
Cedo ou tarde, sem ti, eu perco o passo
Emparedado no mesmo momento.
O tempo só flui se passas. Eu faço
Brilhar teu ser como o quinto elemento.
Cedo ou tarde eu volto ao passo parelho
Da estrada de tijolos amarelos.
São teus sapatos, belos e vermelhos
Que eu sigo nesta trilha de farelos.
Como a flor que segue o sol; como um espelho
Perante outro, em infinitos elos.
Manoel Olavo
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