22 de abril de 2012

FLOR



Onde estás
Meu encoberto jardim
Minha paixão meu ardil
Meu remanso de noites ocultas?

Não vi que estavas do meu lado
Até teu nome chegar pelas raízes
E florescer em mim
Como flor encravada na pedra.

Amor, amor
Eu te descubro
Farta planta cor de verde
E busco teus indícios
Na ramagem.

Te sigo como quem
Caminha nas montanhas
Atrás da improvável
Flor de carne 
De pétalas douradas.

Visão que paralisa
Meu olhar de explorador
Cansado no outono de uma vida
                               [sem amores
Que desconhece
Tua beleza cor de flora.

Amor, eu te surpreendo pênsil
Acima de todas
Rainha sem igual
Entre as flores fêmeas.

Manoel Olavo

3 comentários:

  1. ... Esta oposição entre a delicadeza de uma "flor" e a paixão ardente são um conjunto surpreendente.

    Sutilezas comuns a sua genialidade, poeta!
    Abraços!

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    Respostas
    1. Obrigado pelo carinho e generosidade, poetisa! Grande abraço.

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  2. tua poesia é uma flor ornada pelo delicado caule do sentir! abraços meus

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