27 de setembro de 2012
UM POEMA SIMPLES
Eu quis escrever um poema simples
Igual ao que levo aqui no peito:
Esta falta de ar, este salão vazio,
Este xis de viver longe de você.
Não é desespero de letra de tango,
É um mal-estar de beira da roça,
Uma dor fininha como dor de dente
Que aperta na alma, não deixa
Deitar no sofá pra assistir TV,
Não deixa ler um livro e dá uma
Vontade de correr não sei pra onde,
Emigrar pra Alemanha, casar com galega,
Jogar mijo nos garotos do playground.
Sempre aparece um espírito de porco
Pra dizer: “Sua vida está boa, do que reclama?”
Sim, eu sei. Houve conquistas, reina a paz
Entre as falanges. Há mantimentos
Estocados, as fogueiras estão acesas.
Tudo bem no melhor dos mundos possíveis.
A vida pode estar boa, mas não me convence.
Volta e meia, a dor fininha vem, crava, não passa.
Dela não se escapa, pois veio antes de mim.
No fundo, tudo isso é nó, é dó de mim,
É mau jeito, é o mal confuso de viver
Assim tão só: sem sal, sem sol, sem você.
Manoel Olavo
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