O tempo todo eu
Luto em duas frentes
Metade de mim,
Previdente, teme
O próprio limite
Metade de mim,
Delirante, acende
Sua dinamite
A mesma alma em
Rumos diferentes
Manoel Olavo
19 de janeiro de 2012
17 de janeiro de 2012
SEMIÓTICA VOTIVA
semiótica votiva
time is money
mais é lama lema
luz a mis claves
de vislumbre sina
absinto no céu
bólido de azul
sismo em cisco
anil triz colidia
antevê-la, fibra pálida
célula de espinha bífida
palavra cílio da Ilíada
entranha resplan-
dente criatura
vau de mito analítico
design do hiato
franja do peso morto
gineceu de pã aos
pés da deusa úmida
nua maré de amor
íntima fissura
Manoel Olavo
time is money
mais é lama lema
luz a mis claves
de vislumbre sina
absinto no céu
bólido de azul
sismo em cisco
anil triz colidia
antevê-la, fibra pálida
célula de espinha bífida
palavra cílio da Ilíada
entranha resplan-
dente criatura
vau de mito analítico
design do hiato
franja do peso morto
gineceu de pã aos
pés da deusa úmida
nua maré de amor
íntima fissura
Manoel Olavo
6 de janeiro de 2012
CACHOEIRA
Sob um céu
Espesso e rude
Desfiz os olhos
E me lembrei
Da infância
Fiz mais:
Lembrei da
Cachoeira
Fonte do alto
Batendo o
Corpo duro
Das pedras
Azul e luz
Fino vapor
De água
Cobrindo
O sol
A coluna líquida como
Um mastro de cristal
Minha alma
Fluindo
Por séculos
Sob as águas
Cachoeira:
Eu quis tê-la
Mas só pude lembrá-la
Meu Deus: será que as memórias morrem?
Manoel Olavo
4 de janeiro de 2012
MAR
Mar
Numa palavra
A armada se arrisca
Por cima do papel
Cruzando a fronteira
Um barco
Corta o vai-e-vem
Das velas latinas
O desenho
Da esquadra
Cresce no
Horizonte
Sabe você de onde vem o mar?
De onde partiu o navegante?
Sabe por que batem as ondas
Contra o cais das naus envelhecidas?
O manto de vapor
Encobre águas poderosas
Efeito da carne dividida
Entre a dimensão do mar
E a vontade de queimar numa pira ígnea
Chamas que vão para o alto
Além do ponto onde está a sentinela
Silenciar, calar a própria voz
Conter num lugar comum
O sopro da fala
Mas ela é súbita
É limite sonoro
Cala a todos que tentam
Desvendá-la, sem dizer
Por qual desvão escapa
Nem só de mar
Nem só de pira
Vive o homem
Ninguém
Fica comigo
Em busca de
Som e fúria
Na hora agá
Eu me desfaço
E morro, chama
Ígnea, pira na
Rota dos astros
Mas havia alguém
Havia alguém lá
Que me chamava
Homem é esse
Frágil cordão de fala
Manoel Olavo
1 de janeiro de 2012
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VENTO ELÍSIO
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Inverno Na dureza das palavras Inverno No breviário das sombras Inverno No equilíbrio das somas Inverno Lendo os próprios pensamentos Inver...
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