Durante o verão, que tudo aquecia,
Eu despertei e trouxe até mim
Uma fêmea gentil, nua e macia,
De cuja beleza antes desavim.
A quantas poderei amar? Em cada
Nova mulher, consagra-se o lirismo.
Em todas, sim, a verdadeira amada.
Em todas, sim, a perdição do abismo.
Em todas, sim, um amor infinito.
Transbordante de mim, me ultrapasso.
Sou feliz a cada sim, a cada grito
De prazer da mulher que satisfaço.
Com elas, sou infinito. Sou fogo
De amor, chicote de tesão talhando
Chaga. De tanto amar, invento o jogo
De conquistar pra não morrer amando.
Meu corpo é a dissipação do uso.
Esta fome de amor a todo instante
Será fatal? Não, eu louvo este abuso
Enquanto morro quente e triunfante.
Manoel Olavo
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