A vontade de te ver é tanta
Que, a cada palavra trocada,
Eu penso que te descubro.
Que nada. Teu ar, brisa rainha,
Sempre sopra em outra direção
(Chama que acende teu mistério).
Prisioneiro sou de teu pensar,
De teu riso, teu olhar de lado.
No entanto, sou livre para voar.
Tu não emprestas tua beleza, folha
Proibida. Nada teu se oferece como
Pássaro óbvio que se possa capturar.
Sigo pegadas finas, enigmas de neve e sal,
Palavras cálidas, ácidas, de arrepio. A um só
Tempo, és todas e és única. Lava de vulcão.
Teu passo queima se me aproximo.
Então me deito na grama e espero.
Colho tuas flores. Por ti me despetalo.
Serenamente encantado, aguardo
A intensidade do teu beijo e o mar
De água clara do teu corpo nu.
Sinto-me feliz à tua espera, ouvindo
Com calma o que revela teu silêncio.
Depois de tudo te amarei como se,
De tanto esperar, já tivesse chegado
Há muito tempo. Corpo e alma de
Aprendiz, quero o amor da tua maneira.
Manoel Olavo
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