Fruí-la redonda, virginal ou seminua
Na maciez de altos e baixos exibidos.
Nem fartura nem aridez: eis teu apogeu.
Fome: fome de ver a forma eviscerada
Rasgar o manto que recobre as aparências
Pois o olhar, na avidez das visões extintas,
Vem devorar o coração da matéria exausta.
Fome: sílfide ou vestal, tu és a besta.
A baga nua perde o sumo, ateia fogo.
Teu volume-cor dissipa-se na retina
Desfeito em luz e em prazer suposto.
Fome: a que ousa chegar sem aquiescência.
Dado febril, brutal, de consumo imediato.
Dos fascínios coletivos, o mais premente.
Antiasceta por excelência – és maldição?
Manoel Olavo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.