16 de março de 2012

TEU OLHAR

Como ter-te? Se prender-te,
Impedir teu voo livre,
É temer-te e não amar-te?
És como o vento: tu partes.

Na verdade, quase danças,
Solta no ar, bailarina;
Vais por aqui, por ali,
Entre o mar e o espelho d´água.

Não prender teu riso claro,
Nem roubar teu sonho leve.
Deixar-te ir, simplesmente:
Tua alma nunca se cansa.

Nua em pelo, és irreal
Como uma ninfa, uma ave.
Borboleta que, no ar,
Sobrevoa, pousa e parte.

Adeus, adeus, borboleta,
Solta entre o sol e o incêndio.
Leva-te o vento ao mais alto
Céu de morte e nascimento.

Teu olhar de verde água
Faíscas de azul e cinza.
Teu olhar, meio de lado,
Longe do meu para sempre.

 
Manoel Olavo

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