Como ter-te? Se prender-te,
Impedir teu voo livre,
É temer-te e não amar-te?
És como o vento: tu partes.
Na verdade, quase danças,
Solta no ar, bailarina;
Vais por aqui, por ali,
Entre o mar e o espelho d´água.
Não prender teu riso claro,
Nem roubar teu sonho leve.
Deixar-te ir, simplesmente:
Tua alma nunca se cansa.
Nua em pelo, és irreal
Como uma ninfa, uma ave.
Borboleta que, no ar,
Sobrevoa, pousa e parte.
Adeus, adeus, borboleta,
Solta entre o sol e o incêndio.
Leva-te o vento ao mais alto
Céu de morte e nascimento.
Teu olhar de verde água
Faíscas de azul e cinza.
Teu olhar, meio de lado,
Longe do meu para sempre.
Manoel Olavo
16 de março de 2012
4 de março de 2012
RAIO COLORIDO
Sobre um quadro de Paul Klee
Outrora uma só cor:
Azul. Um tom aonde
O mar e o céu, acima,
Reúnem-se em camada.
Azul de lado a lado,
Rastro de imago, imenso
Veio d´água jorrando
Luz turquesa no dia.
De cima a baixo, o raio
Cai. Desfere seu golpe,
De cor corisco, em salva.
Vai e volta, zás, risca
Sua marca. Fatia
O azul em duas partes:
Numa, um homem cintila.
Noutra, o sol quente vela.
Um raio colorido
Separa o mundo em planos.
Acima o sol flutua
Abaixo o ser humano.
Manoel Olavo
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