As coisas que eu vou dizer
Irão voltar, não importa
Como um antigo querer
De passagem, bate à porta
As coisas ditas por mim
São como espelhos: quebráveis
Esboços antes do fim
Começos intermináveis
As coisas que eu vou dizer
Noves fora o seu lamento
Ajudam-me a percorrer
A metáfora do tempo
As coisas ditas por mim
São altas ilhas remotas
De mares que contravim
Num barco de velas rotas
As coisas que eu vou dizer
Nascem com força tamanha
Que fazem alvorecer
Na violência do drama
As coisas ditas por mim
Sumário de língua morta
Silenciaram enfim
- Palavras rondando a porta
Silenciaram enfim
- Palavras rondando a porta
Manoel Olavo
as coisas que dizes são de uma beleza poética incrível! Viajei nessa terceira estrofe...coisa mais linda Manoel!
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