20 de novembro de 2022

CADA MINUTO PASSA


Cada minuto passa

E fico mais antigo.

O corpo é território

Que levo comigo.


Cada minuto passa

E, indene, a carne fria

Tem a consistência

Do que nem pele tinha.


Cada minuto passa

E falta o ar que a alma

Respira. O tempo é

Duro, cortado à faca.


Cada minuto passa

Sou quem não nomeio.

Cada minuto vai

Diante do primeiro.


Cada minuto passa

E sinto mas não vejo.

Cada minuto segue

À frente do desejo.


Não há ciência sem

A descida ao inferno.

Nem há eterno sem

O istmo do corpo.


Cada minuto passa e

É pele, ciência, istmo,

Corpo, desejo à faca,

Alma querendo ritmo.


Manoel Olavo

VENTO ELÍSIO

Lento e minucioso meu sopro caminha Por seu corpo nu pele branca à mostra. Eu, Elísio, vento soprando na fresta Inspeciono cada ponto oculto...